De acordo com a matéria, por volta das 16 horas, o repórter Flávio Costa e o repórter-fotográfico Fernando Amorim, além de um motorista do jornal, estavam nas proximidades do módulo policial desativado, quando foram abordados, antes mesmo de sair do carro, plotado com a logomarca de A TARDE, por seis jovens armados, com idades aparentes entre 16 e 20 anos. Todos empunhavam pistolas diante de vários moradores da comunidade.

“Vaza! Vaza!”, disse um dos rapazes à equipe de reportagem. Dois deles chegaram a bater com as armas nas janelas do carro. Um portava uma pistola niquelada, aparentemente nova. Outros faziam menção de atirar. Os jornalistas deixaram imediatamente o local, sem sequer se aproximar do ponto em que houve o incêndio. A queixa de ameaça foi registrada pelo delegado plantonista Juvêncio Mendes Menezes Neto. Ele acionou a Polícia Militar, que enviou duas guarnições sob o comando do tenente Fraga. Ele ofereceu segurança para a equipe retornar ao local, mas os jornalistas recusaram já que o próprio oficial informou que o incêndio já tinha sido debelado sem maiores consequências.

Ainda conforme a matéria, policiais disseram aos jornalistas que é comum naquela localidades bandidos atentarem contra equipes da Coelba, Embasa, carteiros e até contra viaturas policiais.
No mesmo bairro da Santa Cruz, quatro horas antes, o guardador de carros Lucas Pereira de Oliveira, 20, foi assassinado com vários tiros no rosto por quatro homens não identificados. Conforme registro da 28ª CP, os atiradores estariam com camisas do ”Muquifest”, evento de pagode realizado ontem no Wet‘n Wild, na Avenida Paralela.

Tráfico de armas – A delegada Jussara Souza, titular da 28ª CP, disse que já tinha denúncias de grupos armados na região: “Há jovens armados por toda a cidade, isso ninguém nunca escondeu. O tráfico de armas tem que ser controlado. Infelizmente, aconteceu com a equipe de A TARDE, mas, se resolvesse voltar lá com os policiais, os bandidos recuariam, não ficariam para enfrentamento”.

A delegada afirmou que os policiais da 28ª CP farão levantamento para identificar os responsáveis pelas ameaças aos jornalistas. “Acredito que isso tenha ocorrido por conta de um momento crítico, em que eles tentam se reorganizar. Mas não existe situação de descontrole”, salientou Jussara. A TARDE tentou contato com membros do governo e Secretaria da Segurança Pública, mas não teve seus telefonemas atendidos